segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Até um dia, quem sabe



Hoje é um daqueles dias em que você acorda, olha no espelho e sorri, sorri porque acha que a vida pode te surpreender ou porque acredita que vai ser um grande dia, mas quando você abre a porta percebe que o mundo não está sorrindo de volta.
Então, continua sorrindo porque demonstrar sua real tristreza pode ser perigoso demais, digo, você corre o risco das lágrimas se fixarem no seu rosto e te deixarem devastada pra sempre.
Saí e o mundo te dá as costas.
Chega em casa e percebe que não está com fome por mais que não tenha comido nada o dia inteiro e que não liga pro seu refrigerante predileto, é aí que você não se reconhe mais. Sobe as escadas, cansada e sem disposição, deita na sua cama e pensa: eu odeio perder meu tempo dormindo, o que diabos estou fazendo aqui? Então, você acorda, e diferente dos outros dias não está melhor, mas continua arrasada. Já é tarde e você que outrora amava a noite percebe que não quer que ela chegue, porque isso significa que sua tristeza será temperada com um pouco de desânimo. E por mais responsável que tenha sido um dia, você, hoje, não se importa com suas obrigações. É por isso que não ME reconheço mais. Tudo isso sem falar nas piadas e brincadeiras que costumavam sair de minha boca e hoje são tão raras quanto minha fé em mim mesma. Em mim mesma, porque por enquanto, ainda tenho a Deus.
Isso não é culpa de uma pessoa ou de um acontecimento sozinho, acontece que depois de tanto tempo caindo e levantando você se encontra incapaz de levantar, ou será de cair? De novo não.
Por mais que eu acredite mesmo que a culpa não seja sua, eu nunca deveria ter me apaixonado por você.
Hoje eu não sou mais nada, me perdi por ai, o meu eu foi fazer uma viagem e até que ele esteja disposto a voltar eu fico com o que sobrou de mim, cinzas, mas não duvide, fênix sempre renascem.
Por enquanto eu peço desculpas a quem terá que ouvir minha voz vazia e ver meus olhos distantes, e pro meu reflexo deixo um recado: até breve.

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